5.3.13

O Grito!



Sexta-feira, 01 de março de 2013.


Dias como esse precisam ser registrados, ainda mais por gente doida sem memória feito eu! Se pudesse não teria saído de casa, tamanha era a vergonha que senti de mim mesma.


Acho que tenho que contar o FIM à partir do início... - dá para entender?
Tanta coisa boa aconteceu, tanta coisa ruim, também... enfim, lá vamos nós... 


Sabe quando não dá mais? Sabe quando você chega no seu limite?? Quando uma gota d'água pode causar uma enchente sem precedentes??? Pois é. Tava cheia demais, tava sufocada demais. Isso nunca dá certo.

Não que eu concorde com tudo que fiz, mas é minha natureza, sou paciente exatamente porque sei o quanto sou bruta, evito ao máximo me chatear porque quando começo só paro quando exagero. Exagero é comigo mesmo, exagero tudo, sinto demais, ou é muito bom ou é ruim demais, quando é bom eu aviso, mostro, digo. Ninguém pode se dizer inseguro enquanto à meus sentimentos, eu falo TODOS, alerto sempre! Se amo, digo. Se não amo mais, também falo. Se estou confusa, compartilho e peço distância... Mas as pessoas nunca me ouvem. Nunca.

Parece que forçar a barra comigo é divertido, algumas pessoas gostam de tentar manipular minhas oscilações... O problema é que eu não tenho mais medo de me machucar, já fui machucada demais. Agora, mesmo doendo eu também machuco, ninguém mais me bate sem apanhar de volta. Não me tornei uma cretina com tudo que vivi, sobrevivi, apenas isso. E nunca, nunca mais serei vítima de novo. De ninguém, nem de mim.


Enfim, estava assim. No limite. Tudo estava forte e cheio demais, a raiva e o amor. Só podia dar errado.

Enredo sem graça esse da garota que termina um namoro, uma semana depois fica com outro cara e o "ex" pira. Detesto essas histórias, lugares-comuns, um tédio sem limite se "o cara" não fosse o amigo mais íntimo do "ex" e a paixão da garota aqui. Nada é simples ou entediante quando há paixão... não deles, meu. É por isso que faço tanta bobagem.

Começamos montando o cenário do dramalhão assim: o festival de Rock que eu mais amo - o Grito Rock, o aniversário da minha mãe - que foi maravilhoso - e o fato de estar solteira, junte isso tudo ao início de mês e salário no bolso. Já viu, né? Com certeza "é dia de Rock, bebê!". E nesse espírito Rita Lee, fui curtir como a muito tempo não me permitia... Tudo o que passou na minha mão foi imediatamente consumido. Paquerei, pulei, ri muito, vomitei, me passei, chorei, gritei, amei... Não seria uma história minha se não fosse assim, né?!

Dia de Grito Rock, dias de muitos, muitos gritos. Gritei mesmo, sei que é violento, mas não me importo, estava sofrendo maior violência, só que psicológica. Me senti acuada feito um bicho, feito uma criminosa, dentro de um quarto, temendo pelo homem que eu amo. Eu não pertenço à ninguém. Ninguém pode me acuar dentro da MINHA casa, não mais. A vida é minha, eu faço o que EU quiser com ela. Bebi demais, não sei bem como cheguei onde cheguei, mas fiz tudo que quis fazer, na hora errada, do jeito errado, mas era totalmente sincero, espontâneo e necessário, extremamente necessário.

O vaso, com as malditas rosas do arrependimento, voou sobre o muro até fazer um estardalhaço no asfalto... Cada caco de vidro quebrado tinha a estrita função de mostrar que aquilo tudo está perdido, não há mais nada à ser feito. Não sou obrigada a viver uma relação que eu não quero. Agora acho que todos sabem. Me sinto aliviada, leve.

Também não podia mais esconder, calar, fingir, disfarçar... e tantas outras coisas que fiz pra que ninguém soubesse do que sinto. Transbordou.

O dia seguinte foi a certeza de que por mais que eu tenha me excedido, por mais que tenha deixado tanta coisa ruim acontecer, pude perceber (graças à todas e todos que estiveram comigo, cuidando, dando apoio, carinho e, principalmente, não me julgando!) que tudo está melhor agora. Agora posso amar, apesar de nenhuma esperança, agora não preciso esconder, nem fingir. Agora posso ficar em paz...


Não tenho mais nada à esconder.

Olha eu alí de bracinho levantado
imitando Rafa Araújo e
 dando boas vindas à Liberdade!

-
Banda Brasis no Grito Rock
Sabe qual foi a única lembrança que permaneceu depois dos dias passados? Não foi nada de ruim, não foram as ameaças, não foi o constrangimento, o que ficou a sensação de liberdade.

Sou dona de mim.

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CLASSIFICADOS
troco "Sexo, drogas e rock'n'roll"
por "Paz & Amor", alguém topa?






Um comentário:

  1. Muito bom, Priscilla. Parece um daqueles roteiros de filmes que nos faz rir, chorar e gemer. Que saga. Lembrou-me Ulisses. Isso, sim, é uma verdadeira Odisséia. Já tive uma dia desses, também, faz tempo, de extravagância. Senti saudades (kkk). Ás vezes me acho apolínio demais. Um dia de Dionísio não faz mal a niguém. Um abraço querida....

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