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Nos últimos uma pergunta ficou martelando minha cabeça "E se eu me apaixonar?" fiquei sem ter o que dizer à mim mesma... Como responder à essa pergunta se isso vem acontecendo muito antes de um beijo no banco de trás do Corcel 74? Já vinha pensando, matutando no quanto poderia ser bom e, ao final, tive as expectativas superadas, em muito! Compartilhar bons momentos, fazer bem um ao outro, ainda que esporadicamente, é muito bom...
Não tenho medo de me apaixonar, nunca tive.
Sei muito bem como agir se me apaixonar, sei respeitar as vontades individuais, não quero problemas. Não quero me apaixonar. Embora saiba o quanto isso pode ser difícil!

O melhor é que agora, não existe nada que não tenha sido dito. Cartas na mesa. Pela primeira vez na vida quero ir devagar, aproveiar cada pequeno instante... sem expectativas.
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Será que amor não começa quando nojo, higiene ou qualquer outra dessas palavrinhas, desculpe, você vai rir, qualquer uma dessas palavrinhas burguesas e cristãs não tiver mais nenhum sentido? Se tudo isso, se tocar no outro, se não só tolerar e aceitar a merda do outro, mas não dar importância a ela ou até gostar, porque de repente você até pode gostar, sem que isso seja necessariamente uma perversão, se tudo isso for o que chamam de amor. Amor no sentido de intimidade, de conhecimento muito, muito fundo. Da pobreza e também da nobreza do corpo do outro. Do teu próprio corpo que é igual, talvez tragicamente igual.
O amor só acontece quando uma pessoa aceita que também é bicho. Se amor for a coragem de ser bicho. Se amor for a coragem da própria merda. E depois, um instante mais tarde, isso nem sequer será coragem nenhuma, porque deixou de ter importância. O que vale é ter conhecido o corpo de outra pessoa tão intimamente como só você conhece o seu próprio corpo. Porque então você se ama também."
Trecho do livro Triângulo das Águas
Caio Fernando Abreu
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