19.2.13

Ontem à noite.

"Amo como ama o amor.
 Não conheço nenhuma 
outra razão para amar
 senão amar.
Que queres que te diga,
 além de que te amo,
 se o que quero dizer-te
é que te amo?"

Fernando Pessoa

De novo.
O sorriso no rosto, as borboletas no estômago, a sensação de que pode ser que dê certo... de novo. É assim que tudo se desmantela outra vez. Quem precisa de montanha-russa se está apaixonado?! É um sobe e desce sem fim. Coisinha mais sem sentido a paixão!

Quero sempre ser eu mesma: tagarela e choronadedicada e manhosa, amiga e mãe, grudenta e desligada,  safada e romântica,  ciumenta e cúmplice. Sou tudo que posso ser, de bom e de ruim, sem medida, sem(-)vergonha.

Nada fica escondido e nem pode ser fingido quando se ama. Me passo, falo bobagem, gaguejo, fico insegura, sem palavras e ainda assim, não me arrependo de nada, tudo é espontâneo e verdadeiro. Sendo assim, como eu poderia rejeitar esse sentimento dentro de mim? Como eu poderia arrancar a única coisa boa de verdade que eu sinto? Mesmo sendo pouco é felicidade, a única que conheci.

Quantas vezes ensaiei tudo que eu queria dizer?! Nunca disse, escrevo poemas, cartas, me entrego, de corpo e alma, mas falar mesmo, que é bom, não falo. Não quero convencer ninguém, não quero conquistar. Eu só quero poder amar, enquanto o amor deixar, enquanto isso não o incomodar, enquanto eu puder fazer surgir um sorriso nos rosto de quem eu amo. o ruim é que chega a hora e parece que eu nunca vou me acostumar com isso, é muito ruim ter que lidar comigo mesma depois de tudo. Nervosa, triste, ofendida e magoada, tudo sem motivo aparente, é claro!

Às vezes é um pula-pula aqui dentro, um desarranjo, um bate-bate que parece que vou ter um ataque cardíaco ali mesmo, não sei como aguento - sou fumante, não posso ter esse tipo de emoção não, seu moço! Às vezes eu me esqueço aqui, por um bom tempo, até acordar e perceber que a vida continua e eu fiquei parada...

Eu não digo. Tenho medo de ouvir um 'não' e prometi que não chamaria mais pelo amor, apenas que ele sempre ouviria um sim, se e quando viesse. O jeito é escrever!

Não sei, depois de tudo isso, na verdade eu prefiro não alimentar essas esperanças, ficar na minha e deixar de nadar na maionese - detesto maionese! - Só não posso me trair, outra vez.





Nenhum comentário:

Postar um comentário