Repito: Não me mande flores.
Todas as vezes que recebi flores elas cheiravam à remorso... Havia um cheiro fétido e insalubre de culpa, uma aparência de morte nas rosas vermelhas que deviam estar lindas na floricultura.
A morte de um amor só acontece por conta da falta de flores, sabe essas flores cor-de rosa que se abrem em botões, com pétalas macias e delicadas em cada maçã do rosto quando a gente ri? Sabe aquelas rosas vermelhas de desejo entre nossas pernas que se abrem como labaredas de fogo num incêndio? Sabe o cheiro bom das flores que vem num café-da-manhã levado na cama depois de uma noite dormindo juntinhos? O amor acaba justamente por conta da ausência de flores.
Repito (aos gritos):
Não me mande flores!
Não me mande flores!
Os espinhos de cada rosa morta embaladas num plástico e amarradas com uma fita vermelha me dão a náusea de quem já não mais as suporta.
Nestas novas manhãs colhi flores cultivadas em meu pequeno jardim, são flores do meu amor por mim.
que texto cila!! Eu amei. muito cheio de verdade e sentimento.
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