Olá Poeta,
Sinto sua sua falta ao mesmo tempo que o sinto cada vez mais perto. Sensações paradoxais demais até para mim.
Eu procuro algo que mal sei o que é, em todo lugar e em lugar algum, como se no fundo não acreditasse em mim mesma, como se desconfiasse da minha própria sanidade e, como proteção, preferisse o estar com outros ao suplício de sonhar com algo que pode nem ser real.
Pensei ter te visto certa manhã de maio...
Foi um encontro e tanto! Aquele rapaz vinha andando, na mesma direção do sol e havia toda aquela luz ao redor dele! O cabelo crescido e a barba por fazer tudo num castanho claro que com o nascer do sol ficavam ainda mais claros.
O que mais me encantou nele foi o sorriso... Um sorriso enorme, sem motivo aparente. Ele foi chegando e o sorriso virou gargalhada. Encontrou seus pares e eu pasmei, paralisei. Fiquei alí como quem se perde no meio da multidão, sem ação, sem jeito, sem chão.
***
Quem é? De onde ele veio?
Ah! É ele?!?!?! É esse?
***
Apesar de todo o encantamento que senti ainda sim , eu sabia o quanto era diferente.
Inconfundível.
Vivendo feliz com ilusões, com expectativas, com "amores inventados". Detesto estas "verdades" que tentam me impor, quero a verdade dos amantes, daqueles que se enganam por conta própria, que amam mais ao amor do que ao ser amado! Quero poder amar assim.
***
Sobrevivi a tudo o que aconteceu e por hora me contento com o que é palpável, prático.
É bom saber que eu ainda posso ter sentimentos assim, tranquilos...
Quanto à você, continuo te esperando.
Com todo meu amor.
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