20.10.11

Cultivando


"Nunca desejei tanto
um sorriso
como desejo ver o seu."

Caio F. Abreu








Olá Poeta,

Tem tanta loucura acontecendo na minha vida... E eu me sinto só, como sempre!

Agora pouco olhei pela porta da sala e parece que vai cair uma tempestade, o céu cinza faz com que eu me sinta com mais medo de enfrentar todas estas coisas que teimam em vir ao mesmo tempo, apesar de tudo, só de estar em casa eu me sinto mais tranquila...

Estar "em casa" é muito bom, hoje entendi o que significa a expressão "de volta ao lar".

***

Esta semana trabalhei muito no jardim, havia muita erva-daninha, a grama tinha ficado toda cheia de buracos e as plantas estavam morrendo, havia uma que estava numa situação pior, uma roseira. Linda. Vermelha.

Deu trabalho, aliás, ainda está dando muito trabalho, minhas mãos e unhas estão de dar vergonha. Não queria que me visse assim... Ainda tem muita coisa pra fazer até que volte a ser o jardim que eu gostava tanto! Apesar de ter perdido metade da roseira - metade dela secou e não houve como recuperar - a outra metade formou um botão - que eu achei que não abriria porque ela estava com poucas pétalas e muito sequinha - acordei cedo e fui ver o jardim pela manhã e como estava bonito!

O botão de rosa abriu!

Fiquei feliz, a rosa conseguiu, desabrochou. Não sei de onde encontrou energia, mas conseguiu...

***


Lá fora está uma loucura, muita coisa pra fazer, muitos compromissos de bobagem, de coisa importante, mas sempre muita coisa, trabalho, faculdade, militância, amigos, família... Quando sobra tempo: Eu...
Só que quando chego, ligo o som que fico por aqui curtindo essa paz, cuido do jardim, tomo um banho, como alguma coisa, leio, fumo... nesse instante da minha vida só há paz e pequenos prazeres!

Nessa hora a única falta que eu só sinto falta de você.

Já me disseram tantas coisas, conselhos de quem não sonha parecem ser os mais inúteis. Sei o quanto sou boba, para não dizer esquizofrênica. Sinto falta de vivências que não tive. No fundo, pouco importa o que dizem. Sempre me permiti viver coisas "reais", vivi cada uma delas intensamente, nunca permiti que um "ideal" atrapalhasse minhas experiências, mas sempre senti que não era a hora, que não era "aquela" pessoa, todas as paixões que senti sempre me causaram a sensação nauseante de um enorme desperdício do meu precioso tempo.

Talvez eu esteja idealizando, talvez não. Sinto que há algo de muito bom chegando, eu não sei como, apenas sinto.

De uns tempos pra cá eu desisti de tentar não sonhar tanto. Há algo maior e mais bonito que qualquer coisa que eu já tenha vivido antes, está bem perto, eu só não vejo ainda. Prefiro cultivar esse amor, aqui dentro de mim, pois sei que em breve, ele vai chegar e saberei dar o que tenho de melhor! Coisas especiais, PESSOAS especiais...

Continuo vivendo, me envolvendo. É tão fácil, tão simples. Mas é sempre só isso. Ainda espero.

Pouco importa, só te escrevi para contar sobre a rosa, ela conseguiu. Nós duas conseguimos.

Com todo meu amor.





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