Perdi a conta.
Todas as vezes...
De quantas tardes,
tua sandália ficou na porta.
Tem torta de chocolate, e agora?!
Lá fora até o cachorro late,
em Latim.
Perdi a conta
das vezes que te vi assim:
Nos medos do homem,
a coragem do moleque.
Kurosawa pintou sonhos
na tela. Na sala, tua arte.
Um presente no passado,
mil certezas no futuro.
Perdi a conta
das horas tristes,
dos dias felizes.
Sempre aqui, sempre perto.
Só não perdi o endereço
Do teu abraço,
do teu braço,
meu irmão.
Perdi a conta da Lealdade.
Da amizade. Cumplicidade.
Perdi a conta
do quanto te amo...
Mas por favor, não conta!
Não conta pra ninguém,
porque desfazer de você
é minha maior felicidade.
Maldade de irmã,
senhora-dona-da-verdade.
Que se destrambelha,
velha, quer ser moleca
pra brincar de bem-querer!
Perdi a conta
do quanto nos devemos...
Não havia como pagar
a alegria de te viver.
De te ver viver.
***
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