7.7.12
Último trago
Porque foges Órion?
Acaso não é doce o veneno?
O signo marca a pele
e condena ver no horizonte,
uma utopia redundante.
Canto o exílio do corpo.
Sofro a saudade de terras
onde desejei vadiar.
São canções pintadas
nas paredes, no papel e na rede.
Por detrás da porta,
não há quem se importe.
Para cada ausência,
um passo adiante.
Cada escolha, uma presença.
Hasteei bandeira,
sonhei ser nativa,
sendo a única estrangeira.
Não houve escrúpulos,
tampouco hipocrisia.
A verdade fez-se escudo,
conquista de outros dias.
Pobre afeto, só estrago causou.
Para ti? Sob meu teto, o que sobrou
foi o derradeiro trago
do meu último cigarro.
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