3.5.09

À noite





Quando a noite cair,
já não serei mais eu.
Uma sombra apenas...
Luto após belos trajes.

Ricos trajes de sol
que a flor da solidão vestiu
pouco antes de murchar,
e murcha é sua forma.

Quando a noite cair,
todo pranto diurno cessará
e dará lugar ao silêncio.
Longa espera, incessante.

É à noite que vejo como sou.
A chama da vela, as sombras trêmulas,
imagens disformes aos meus olhos,
e eu a esperar, solenemente.

Quando a noite cair,
tudo findará, até a dor.
Só eu restarei, ainda esperando
e os objetos inertes a me observar.

Tudo será como sempre,
lúcido, silencioso, calmo.
Tudo será como sempre
Quando a noite cair.



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